Conforme a pesquisa apresentada no livro Farmáfia, os laboratórios Prati Donaduzzi, Cimed, EMS E Multilab (fabricantes de beós que ocupam as primeiras posições no ranking das fraudes) não comprovaram através de relatórios a retirada dos genéricos e similares interditados pela Anvisa das prateleiras das farmácias. A política de fiscalização adotada pela Anvisa não funciona e permite o consumo, pela população, das toneladas e mais toneladas de genéricos e similares fraudulentos fabricados pelos laboratórios nacionais que submetem os consumidores de medicamentos aos esquemas da bonificação e da empurroterapia. Para se ter uma ideia do caos propiciado pela Anvisa, a Agência normatizadora e reguladora determina que os próprios fabricantes falsificadores façam o recall dos produtos oriundos de fraudes: coisa que nunca acontece.
Além dos laboratórios falsificadores, também a Anvisa, as vigilâncias sanitárias e Secretarias de Saúde municipais e estaduais e nenhuma das redes de farmácias pesquisas não possuem nenhum relatório que comprove o efetivo recolhimento dos genéricos falsos das farmácias: ou seja, a população brasileira é feita de otária pelos governantes, pela Anvisa, pelas farmácias e pelos laboratórios falsificadores de genéricos bonificados!
Através de denúncia a polícia fecha com frequência laboratórios clandestinos que falsificam e vendem beós para farmácias, distribuidoras e até na internet
Sem fiscalização da Anvisa e das vigilâncias sanitárias, que só agem sob denúncia, centenas de laboratórios clandestinos funcional de Norte a Sul do país e fabricam porcarias vendidas como remédios em farmácias e até pela internet!
No Brasil, os laboratórios desonestos e sem capacidade técnica, que trapaceiam e fabricam medicamentos fraudulentos e ineficazes —na ânsia de obter maior lucro com mínimo custo— são os responsáveis pelo recolhimento dos seus produtos interditados espalhados em farmácias, postos de saúde e hospitais de norte a sul do país. Essa é a norma da Anvisa, que regulamenta o setor de produção e comércio de medicamentos no país.
Anvisa determina que laboratórios façam recall dos genéricos falsos: ou seja, manda raposas cuidarem dos galinheiros
A Anvisa coloca a raposa para cuidar do galinheiro porque considera mais barato e prático o produto fraudulento ou com erro de fabricação fazer o caminho inverso que fez até as drogarias, postos de saúde, farmácias e hospitais públicos para retornar aos fabricantes. Assim, a ingênua Agência que centraliza a fiscalização pública do setor farmacêutico confia que a mesma distribuidora que vendeu o medicamento com ótimas vantagens para revenda —nos casos dos bonificados com margens de lucro que variam entre 100% a 400% e prazos de até seis meses para o pagamento— vai ter o dispêndio e o transtorno de voltar ao estabelecimento simplesmente para recolher o produto interditado.
Legislação obriga laboratórios recolher medicamentos interditados
O parágrafo único do artigo 144 do Decreto 79.094/77, que regulamentam o recolhimento de medicamentos (Lei 6.360/76) diz que é obrigação da empresa fabricante promover o recall os produtos interditados: “fica obrigada a proceder a imediata retirada do produto do consumo, sob pena de configurar infração sanitária e penal”. Também conforme a lei, o laboratório é obrigado a fazer o recall dos medicamentos interditados junto às farmácias e consumidores. O fabricante ainda é obrigado a informar toda a população, através da mídia, sobre o recall dos seus produtos.
A prática, no entanto, o recolhimento dos genéricos e similares bonificados falsos nunca acontece (conforme as pesquisas apresentado no livro Farmáfia) nunca acontece.
A Anvisa adota a insana política de colocar raposas para cuidar dos galinheiros porque não considera a má fé dos laboratórios que lucram alto e só sobrevivem no mercado graças à nefasta, danosa, desonesta e antiética prática da empurroterapia. A maioria deles de capital nacional e de pequeno a médio porte —sem considerar os incontáveis fabricantes que operam na clandestinidade— são tidos por profissionais e especialistas do setor farmacêutico como laboratórios de fundo-de-quintal. O jargão pejorativo existe porque é notória a eles a falta de infraestrutura e capacidade técnica necessárias para produzir medicamentos de qualidade.