“Medicamentos” apreendidos pela Polícia Civil durante autuação em laboratório clandestino que funcionava no Paraná. Remédios como antibióticos e vitaminas eram fornecidos a distribuidoras e farmácias.
Só nos três últimos meses a Anvisa interditou mais de 200 tipos de medicamentos devido a irregularidades no processo de fabricação. Entre 2012 e 2017 milhares de remédios fabricados no Brasil ou de origem desconhecida (produtos falsificados e de laboratórios clandestinos) receberam ordem de recolhimento por irregularidades consideradas simples (como erros nas informações apresentadas nas bulas e embalagens) ou por erros ou fraudes graves nas formulações.
Com tantas interdições em tão curto espaço de tempo sugere uma falsa impressão de que a fiscalização sanitária no país é atuante. Porém, a realidade é outra conforme revela o padrão das autuações da Anvisa que geram a suspensão dos medicamentos inadequados. Praticamente em todas a Anvisa só age movida por denúncias de terceiros (com ações baseadas em Informações de consumidores, médicos, laudos de testes de qualidade feitos por laboratórios de universidades ou informações de falhas observadas após a fabricação e repassadas pelo próprio laboratório) — nunca por interesse próprio ou trabalhos como vistorias nos laboratórios ou coletando amostras de produtos nas farmácias para análise de equivalência farmacêutica.
A incompetência, conivência e corrupção da Anvisa possibilita a existência de verdadeiras aberrações vendidas como remédios. Graças ao pagamento de propina, falsificações grosseiras como o “Viagra” acima são socadas goela abaixo dos consumidores nos balcões de farmácias que só querem meter a mão no bolso dos clientes.
O banheiro acima (fechamento do “laboratório” pela polícia está no post da TV Jornal no Youtube ) servia para a falsificação de hormônios e anabolizantes injetáveis que eram vendidos em farmácias, academias e pela internet.
Um erro ou fraude grave na produção de medicamentos —e nesse como na maioria dos casos a Anvisa só teve o trabalho de publicar a interdição— foi o detectado no genérico Norfloxacino 400mg fabricado pelo Cimed. O antibiótico (lote 1615200) teve resultado insatisfatório no teste feito pelo Laboratório de Saúde Pública “Dr. Giovanni Cysneiros”, de Goiás.
Outro exemplo de fraudes na fabricação de medicamentos envolvendo laboratórios conhecidos da Anvisa e com autorização de funcionamento do Ministério da Saúde é o genérico Glicose 10% (lote 74KF2612) da empresa Fresenius Kabi Brasil Ltda. O medicamento injetável foi suspenso por apresentar materiais estranhos nos testes feitos pelo Laboratório Central de Saúde Pública da Bahia (Lacen – BA).