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Corrupção nas Secretarias de Saúde possibilita compra de remédios falsos para tratar câncer pelo SUS

A falta de atuação da Anvisa (que não realiza testes nem por amostragem para evitar a compra de medicamentos falsificados pelo SUS) e a corrupção de gestores da saúde nas Secretarias de Saúde de muitos estados e prefeituras possibilitam a fraude que se tornou comum no Brasil: a compra de medicamentos falsos para tratamento de câncer pelo SUS.

Só em 2024, após denúncias, a polícia desmantelou duas quadrilhas que faturou milhões de reais falsificando e vendendo remédios falsos para tratar câncer para Secretarias de Saúde de vários estados brasileiros.

No entanto, os esquemas descobertos em 2024 funcionavam desde 2022. Só o governo paranaense gastou R$ 11 milhões na compra de 6 mil frascos do Gamimune N 5% que nem sequer tinha registro na Anvisa.

Anvisa não realiza testes e falsificação só é descoberta quando pacientes morrem

O medicamento falsificado tinha na formulação apenas o antibiótico metronidazol, indicado para o tratamento de giardíase, amebíase e outras infecções.

Novamente em junho de 2024 as polícias Civil e Federal prenderam integrantes de uma quadrilha que revendia o Globulin-N 5% da marca Bayer falsificado.

Após investigações descobriram que as Secretarias Estaduais de Saúde do Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia gastaram milhões de reais na compra de milhares de frascos do caro medicamento injetável indicado para tratar o câncer e doenças autoimunes que custa R$ 35 mil a unidade.

O foco da operação policial que investigou o caso foi apenas a empresa que venceu as licitações em 2022 para fornecer a pirateia ao Hospital Geral de Curitiba e à Secretaria Estadual de Saúde do Paraná. A falsificação da embalagem era idêntica à embalagem do produto original, porém sem uma gota do princípio ativo nos frascos do medicamento injetável.

Gestores públicos corruptos não são investigados

Em todas as operações das polícias Civil e Federal no Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia —provavelmente o esquema também aconteceu em outros estado, hospitais públicos e particulares em todo o Brasil— para investigar a compra do Globulin-N 5% Bayer e do Gamimune-N 5% não teve um único gestor público indiciado pela responsabilidade nas licitações públicas tão fraudulentas quanto os medicamentos.

Só no Brasil —com os governantes corruptos que temos— criminosos falsificadores conseguem vencer concorrência pública para vender medicamentos falsificados e fraudados para os estados e municípios, a exemplo também dos genéricos e similares capetas fornecidos à população nas farmácias do SUS.

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