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Farmacêutica diz que política de genéricos “não funciona” porque leis não são cumpridas

 

Na gravação com câmera escondida durante a pesquisa para compravar a troca enganosa, a farmacêutica dona de farmácia em Curitiba esbraveja ao ser questionada sobre o beó emprurrado no lugar do genérico: “Só trabalhamos com esses laboratórios! Quando o médico receita um medicamento com nome genérico, o paciente term que aceitar o que a gente tem pra oferecer, tá bom!? Porque é impossível trabalhar com produtos de todos os laboratórios!”

A farmacêutica continua: “O médico  não pode indicar nenhum nome de laboratório ao paciente. Isso é proibido por lei! Eu sou farmacêutica e sei o que é bom e ruim! Quando chega um vendedor que tem várias marcas de ampicilina, é lógico que vou comprar do que der mais lucro pra mim, que dá maior margem de lucro. Se alguém chegar e pedir uma ampicilina, é lógico que eu vou vender da marca que eu tenho, tá?! Se o laboratório foi autorizado a produzir esses negócios, porque eu não posso vender? Logicamente que vou vender a ampicilina que oferece maior margem de lucro, né!? Porque eu preciso sobreviver. O governo cobra imposto, eu tenho que pagar aluguel e um monte de coisas, tá?! Eu não vou dizer para o cliente: ‘Olha, eu tenho desse laboratório, só que custa mais caro. Vai ali na farmácia ao lado que você encontra do laboratório mais barato!’ Eu não vou dizer isso senão eu vou morrer de fome! Se o governo dá autorização para os laboratórios produzirem ampicilina cara ou sem qualidade, aí já não é mais da minha conta, né?!”

Para a farmacêutica que trapaceia no balcão da farmácia trocando genéricos por beós, a política de genéricos não funciona no Brasil: “É mais um engano político! Nenhum laboratório está cumprindo a lei que exige testes para comprovar a qualidadade dos medicamentos, porque no Brasil as leis foram feitas para não serem cumpridas mesmo! Eu tenho essa farmácia há cinco anos e nunca veio um fiscal da vigilância sanitária aqui pra saber se os medicamentos que eu estou vendendo são verdadeiros ou falsificados!”

Compare abaixo os preços dos genéricos da receita com os beós empurrados pela farmacêutica:  

Remédios da receita: Ampicilina 500mg 21 cápsulas, Diclofenaco Potássico drágeas e Dipirona gotas (respectivamente um antibiótico, anti-inflamatório e analgésico com nomes genéricos que estão entre os mais consumidos no país).

Medicamentos de referência e preços na época da pesquisa:

– Amplacilina 500mg 2 cxs c/12 cáp. Eurofarma – R$ 44,00

– Cataflan (Referência) 50mg 20 dg – Novartis – R$ 24,68

– Novalgina (referência) 20 ml – Sanofi – R$ 13,00

Genéricos mais baratos encontrados:

-Ampicilina 500 mg 21 cápsulas – Pratti Donaduzzi  – R$ 19,00

-Diclofenaco Potássico 20 dg – Medley  – R$ 8,00

-Dipirona 20ml  –  EMS  – R$ 1,99

Beós empurrados pela farmacêutica:

-Ampicilina 500 mg 24 cáp. (genérico) EMS  – R$ 36,00

-Fenaren 20 dg – (similar) União Química  – R$ 14,00

-Dipirona 10ml  –  I.N.Q  – R$ 6,80

 

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